quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

FOTOGRAFIA X

Willian Henry Fox-Talbot (1800-1870), descendente de nobre família, membro do parlamento britânico, escritor e cientista, fazia uso da câmara escura para desenhos em suas viagens. Querendo fugir da patente do daguerreótipo e também solucionar suas limitações técnicas, pesquisava uma fórmula de impressionar quimicamente o papel.
W. H. Fox Talbot em daguerreótipo de 1844
A principiou suas pesquisas fotográficas, tentando obter cópias com contato de silhuetas de folhas, plumas, rendas e outros objetos. O processo era mergulhar o papel em nitrato e cloreto de prata e posto para secar, fazia seu contato com os objetos, obtendo-se uma silhueta escura; para finalizar o papel era fixado sem perfeição com amoníaco ou com uma solução concentrada de sal, ainda por vezes era usado o iodeto de potássio.

A primeira fotografia pelo processo negativo/positivo

Dando prosseguimento às suas pesquisas, em 1835, Talbot construiu uma pequena caixa de madeira com apenas 6,30 cm2, chamado de “ratoeira” por sua esposa. A câmara era carregada com papel de cloreto de prata. Era necessário de meia a uma hora de exposição de acordo com a objetiva utilizada; na sequência a imagem negativa era fixada em sal de cozinha e submetida a um contato com outro papel sensível. Desse modo a cópia apresentava-se positiva sem a inversão lateral. A mais conhecida mostra a janela da biblioteca da abadia de Locock Abbey, considerada a primeira fotografia obtida pelo processo negativo/positivo. Devido ao seu tamanho reduzido (2,50 cm2, os heliografias de Niépce tinham cerca de 25X55 cm), as imagens eram bastante pobres.
Desenho fotogênico de penas e rendas

Capa do livro -Pencil of Nature- 1844, o
primeiro ilustrado fotograficamente  


Estúdio de Talbot em Reading 1844
Em 1839, quando chegam na Inglaterra rumores do invento de Daguerre, Talbot antecipando-se publica e apresenta seu trabalho a Royal Institution e à Royal Socity. Sir Herchel logo conclui que o tiossulfato de sódio seria um fixador eficaz e sugeriu os termos: fotografia, positivo e negativo.

Em 1840 o material sensível foi substituído por iodeto de prata, que após a exposição era submetido a uma revelação com ácido gálico, continuando a usar o papel com cloreto de prata para as cópias. Esse processo no inicio foi chamado de Calotipia, ficou conhecido como Talbotipia e foi patenteado em 1841, na Inglaterra.

Talbot comprou uma casa em Reading, montou uma equipe para produzir cópias, fotografou várias paisagens turísticas e comercializava essas cópias em quiosques e tendas artísticas em toda a Grã Bretanha.

Em 1844 Talbot publicou o primeiro livro ilustrado do mundo, “The pencil of Nature”. O livro foi editado em seis grandes volumes com um total de 24 talbotipos originais, com explicação detalhada de seus trabalhos e estabeleceu certos padrões de qualidade para a imagem.
Câmara Escura portátil, tipo usada por Talbot e Daguerre

O Primeiro Negativo por volta de 1835

Como na talbotipia o negativo era constituído de um papel de boa qualidade como base de sensibilização, na passagem para o positivo se perdiam muitos detalhes devido a fibrosidade do papel. Muitos fotógrafos pensavam em melhorar a qualidade da cópia utilizando como base o vidro.

Janela da casa de Talbot em Lacock Abbey

Sir John Herschel, cientista que sugeriu a Talboto uso de hipossulfito como fixador


A Escada, trabalho de Talbot no livro "Pencil ofNature"


Tom Leal - Grafismo Urbano


Grafismo Urbano

Foto: Tom Leal

O SESI de Mauá recebe a partir de amanhã (1º de março) a exposição fotográfica Grafismo Urbano de Tom Leal. A mostra explora as formas geométricas da cidade sob uma perspectiva abstrata, inspirada no grafismo.

Exposição Fotográfica Grafismo Urbano
SESI Mauá: Avenida Presidente Castelo Branco, 237, Jardim Zaíra.
De 1º a 15 de março. De segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h; sábado e domingo, das 14h às 16h. Mais Informações pelo telefone 4542-8977
Entrada franca.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

FOTOGRAFIA IX

Hércules Florence
Hercules Florance - 1875

Antoine Hercules Romuald Florence, francês de Nice, chegou ao Brasil em 1825 e viveu durante quase 50 anos na vila de São Carlos. Faleceu no dia 27 de março de 1879, na então chamada Campinas, aplicou-se a uma série de invenções.
Participou como 2º desenhista (entre 1825 e 1829) da expedição científica chefiada pelo Barão Georg Heirich von Langsdorff, que era cônsul geral da Rússia no Brasil. Em 1830, casou-se com Maria Angélica Machado e Vasconcelos; no mesmo ano necessitando de uma oficina impressora, inventou seu próprio meio de impressão e deu a ele o nome d Polygraphie. Seguindo a meta de um sistema de reprodução, pesquisou a possibilidade de se reproduzir pela luz do sol e descobriu um processo fotográfico que chamou Photographie, em 1832, conforme consta em seus diário da época, anos antes de Daguerre. No ano seguinte fotografou através de uma câmara escura com uma chapa de vidro e usou um papel sensibilizado para a impressão por contato.
Sem o conhecimento do ocorria na Europa, totalmente isolado daquele cenário, Hércule Florence obteve o resultado fotográfico.
Vila de S. Carlos, Campinas. Rótulos de farmácia, cópia fotográfica por contato sob ação da luz solar, cerca de 1833

Câmara Escura e Prensas usadas na Photographie

Mesa de impresão usada na Polygraphia